A concentração de onças-pintadas no Parque Estadual Encontro das Águas, administrado pelo Governo de Mato Grosso, demonstra o quanto esse refúgio no Pantanal mato-grossense tem a natureza conservada. Portando, segundo o cineasta e documentarista, Lawrence Wahba, a área pode ser considerada a mais preservada do mundo.
“A onça é o que nós chamamos de espécie bandeira. Ela é um indicador de qualidade ambiental. Só tem onça em lugar onde a natureza é equilibrada. Como a gente está no pedaço do Pantanal com mais onças no mundo, eu posso afirmar que é o pedaço mais preservado do mundo e que bom que o Governo do Estado está vindo junto com a gente para cuidar desse patrimônio tão importante da humanidade”, disse durante a assinatura do termo de parceria entre o Estado e as produtoras que rodam o filme Duas Irmãs – A Marcha das Onças-pintadas, nessa segunda-feira (25.09).
Com o apoio do Estado, que vai aportar R$ 3,5 milhões no documentário, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), nos próximos meses, eles devem concluir o filme mais completo da história falando sobre o maior felino das Américas e como Estado que mais produz, também preserva essa porção do planeta.
“A onça para os povos nativos da América Latina, para os indígenas, é um animal sagrado. Mas, para nós, que gostamos de meio ambiente e ecologia, ela também é um animal sagrado. Não pelo ponto de vista esotérico, metafísico, mas pelo ponto de vista científico porque a onça-pintada é um predador de topo, para ela ocorrer em algum lugar, ela precisa que todos os elos da cadeia alimentar estejam saudáveis. O rio vai ter que estar limpo para que o jacaré come, para ela poder comer o jacaré. A vegetação tem que ter saudável para a capivara comer a vegetação, para a onça comer a capivara”, enfatizou o cineasta.
Ele também destacou que, de 1999 até 2010, ele sempre foi até o Mato Grosso do Sul, no Rio Aquidauana, em busca de filmar a onça-pintada. Em 12 anos trabalhando em Mato Grosso do Sul, ele conseguiu mais ou menos 20 minutos de imagem de onça-pintada. Ainda em 2010, ele chegou ao Distrito de Porto Jofre, em Poconé para filmar uma onça por uma reportagem para o Domingão do Faustão.
“Quando deu a hora do almoço, por volta de 13h30 da tarde, eu saí com o piloteiro e às 18h estava de volta nesse hotel, com 4 horas de imagens, mais do que consegui em 12 anos no Mato Grosso do Sul. De lá para cá, esta é minha 39ª visita aqui. Já fiz filmes para a TV japonesa, com o Museu Smithsonian, o maior museu do mundo, filmes para a National Geographic, que passaram 160 países, mas sempre filmes de televisão”.
Estado que mais preserva
Produzido e filmado por Lawrence Wahba e Mike Bueno, o filme tem a contribuição do cineasta francês Emmanuel Priol, responsável pelo roteiro e supervisão editorial do material. Ele é vencedor de um Oscar de Melhor Documentário, a Marcha dos Pinguins, em 2006, e busca mais uma estatueta com o documentário que conta a história das onças Jaju e Âmbar.
O documentário sobre as onças do Pantanal mato-grossense deve ser concluído em 2024.
As filmagens já estão em andamento há três anos e foram cerca de 20 viagens até a Porto Jofre. Eles esperam concorrer e ganhar um novo Oscar com essa parceria franco-brasileira.
Durante a visita do governador Mauro Mendes até o Parque Estadual com os cineastas Emmanuel Priol, Lawrence Wahba e Mike Bueno, ele presenciou a onça-pintada caçando e se alimentando de um jacaré.
“Quando nós nos aproximamos, ela iniciou o processo de caça. Depois de alguns minutos andando na margem do rio, circulando ali, ela identificou uma presa, um jacaré, o abateu e o arrastou do rio. É um espetáculo da natureza e o que nós queremos mostrar é esse espetáculo do Pantanal através desse filme que o governo de Mato Grosso está apoiando. Mostrar todas as nossas potencialidades turísticas. O Pantanal é um dos grandes patrimônios que nós temos. Nós vamos iniciar um processo forte de investimento que já está acontecendo e de divulgação dos potenciais turísticos de Mato Grosso ativando essa importante cadeia do turismo ecológico no nosso estado”, explicou.
Ele destacou que o filme poderá mostrar ainda como o estado tem trabalhado para conservar a natureza, não apenas o Pantanal.
“Construir uma imagem é um trabalho difícil. Uma imagem positiva se constrói primeiro com verdades, se constrói com atitudes corretas, sérias, e ao longo do tempo você vai formando uma imagem positiva. Infelizmente, as imagens negativas elas circulam mais rapidamente. Quando o Pantanal pegou fogo vieram todos mostrar e agora que se recuperou com a força da natureza, tem que fazer esforço para ser mostrado. Esse filme será oportunidade de mostrar isso para que o mundo conheça a verdade, e o que somos o maior produtor de alimentos e que preserva o meio ambiente”, concluiu.
Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços. Ao utilizar nosso site, você concorda com tal monitoramento. Para mais informações, consulte nossa Política de Privacidade.