Sábado, 8 de fevereiro de 2025
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Problemas técnicos e disputas políticas são os motivos para obra do BRT estarem atrasadas diz construtora após críticas

Problemas técnicos e disputas políticas são os motivos para obra do BRT estarem atrasadas diz construtora após críticas

Foto: Reprodução

O Consórcio Construtor BRT Cuiabá, formado pela Nova Engevix Engenharia e Projetos S.A. e Heleno & Fonseca Construtécnica S.A., ambas com mais de seis décadas de experiência, enfrenta uma série de desafios para concluir as obras do novo sistema de transporte que promete substituir o fracassado VLT, originalmente planejado para a Copa do Mundo de 2014.

Apesar dos esforços técnicos e administrativos das empresas, vários obstáculos têm atrasado a finalização do projeto.

Entre os principais problemas estão mudanças constantes no traçado devido a pressões políticas e comerciais, problemas no anteprojeto desenvolvido pelo Estado, e dificuldades na obtenção de licenças ambientais.

Alterações de trajeto em segmentos importantes, como as Avenidas Couto de Magalhães e Senador Filinto Müller, exigiram novos estudos e desmobilização de equipes.

No Terminal André Maggi, o consórcio teve de readequar o projeto de conexão ao estacionamento após alterações nos segmentos adjacentes.

As estações apresentaram falhas no anteprojeto, como o não atendimento às normas de conforto térmico e erros na posição das portas automáticas, colocando em risco a segurança dos usuários.

A adaptação dos viadutos e a remoção da passarela sobre o rio Coxipó também representaram desafios adicionais, afetando os cronogramas e custos.

Além das questões técnicas, as disputas políticas entre o Governo do Estado e a Prefeitura de Cuiabá paralisaram os trabalhos em diversos momentos.

A situação começou a melhorar apenas em janeiro de 2024, quando uma decisão judicial obrigou as autoridades municipais a cessar os impedimentos ao projeto.

No entanto, entre outubro de 2022 e janeiro de 2024, 84,3% do escopo contratado ficou sem execução, seguido por mais 59,1% até outubro de 2024.

O consórcio afirma que, apesar de ter cumprido todas as obrigações contratuais e estar aberto ao diálogo, os problemas de gestão pública e as constantes mudanças no projeto resultaram em prejuízos financeiros consideráveis, comprometendo a continuidade das obras.

A conclusão do BRT Cuiabá, inicialmente prevista para outubro de 2024, foi adiada para novembro de 2025, colocando em xeque a viabilidade do projeto e o interesse público que ele deveria atender.

Nesta segunda-feira, 13, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), declarou em entrevista à rádio CBN Cuiabá que o Consórcio Construtor BRT Cuiabá enfrenta um ultimato. Mendes afirmou que, se as obras do Bus Rapid Transit (BRT) não avançarem significativamente nos próximos dez dias, o governo adotará medidas duras contra as empresas responsáveis.

O governador expressou seu descontentamento com os atrasos nas obras, que substituíram o projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

Segundo ele, o Estado tem feito sua parte, pagando em dia, enquanto o consórcio, composto pelas empresas Nova Engevix Engenharia, Heleno & Fonseca Construtécnica e Cittamobi Desenvolvimento em Tecnologia, tem apresentado desculpas consideradas infundadas.

“Já fizemos duas reuniões sobre o BRT, estamos cobrando e notificando a empresa. Se não houver uma reação muito rápida nos próximos dez dias, o bicho vai pegar para o lado deles, porque o Governo paga literalmente em dia”, afirmou Mendes durante a entrevista.

O governador também criticou a gestão do consórcio, destacando que outros empreiteiros que trabalham com o governo têm elogiado a pontualidade dos pagamentos estaduais. “Se há atrasos, é por incompetência ou falta de gerenciamento da construtora”, concluiu Mendes.

 
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