A decisão de doar órgãos pode ser difícil, mas representa esperança para pacientes e famílias que aguardam transplantes. O gesto de solidariedade da família do bebê Nicolas Valentim, de apenas 1 ano e 8 meses, tocou a todos. Ele faleceu após um acidente doméstico em Cuiabá e, com a autorização dos pais, seu coração foi doado para uma criança da mesma idade, que aguardava o órgão no Paraná. A captação ocorreu no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) na terça-feira (12).
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso (SES-MT), embora o estado faça a captação de múltiplos órgãos, atualmente realiza transplantes apenas de córneas. A equipe do HMC seguiu rigorosos protocolos para a captação, e o coração foi transportado por uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), visto que órgãos como o coração têm um tempo curto de durabilidade fora do corpo, em média até quatro horas, segundo o pediatra Pedro Magalhães, um dos médicos envolvidos no processo.
A pediatra Inajara Marinho, que acompanhou o procedimento, reforçou que o hospital realiza uma série de testes para garantir a viabilidade do órgão e, em seguida, encaminha o pedido à Central Nacional de Transplantes, que se responsabiliza por identificar o paciente mais compatível. Assim, o coração de Nicolas foi destinado a uma criança que precisava urgentemente do transplante.
Doação de Órgãos: Um Ato de Amor e Esperança
A doação de órgãos no Brasil é realizada conforme o Sistema Nacional de Transplantes (SNT), que mantém uma lista única de espera com base em critérios de compatibilidade e necessidade. Para ser doador, não é necessário deixar nada por escrito, bastando comunicar a intenção à família, que precisa autorizar o procedimento em caso de morte encefálica.
A retirada dos órgãos é realizada como uma cirurgia comum, e o corpo permanece intacto para velório. Essa transparência no processo é essencial para encorajar as famílias a considerarem a doação, que pode salvar vidas em situações como a de Nicolas Valentim.
**Como Ser um Doador**
Qualquer pessoa pode se tornar doadora, desde que haja compatibilidade entre o doador e o receptor. Além do coração, órgãos como rins, parte do fígado e medula óssea podem ser doados em vida. Em casos de doação pós-morte, a autorização da família é indispensável, já que o desejo do falecido só pode ser efetivado mediante essa permissão.
Este ato da família de Nicolas não apenas salva uma vida, mas também serve como exemplo de compaixão e solidariedade, incentivando outras famílias a fazerem parte dessa rede de esperança.
Fonte:
Momento MT