Festival de observadores da vida silvestre acontece em outubro, em Cuiabá
Assessoria
22/07/2023 - 12:12
Este é o cardeal da Bolívia (Paroaria cervicalis) parecido com o do Pantanal
Foto: Divulgação
Dono de uma grande variedade de espécies de aves, espalhadas em três biomas (Amazônia, Cerrado e Pantanal), Mato Grosso é um dos estados com maior potencial turístico do país quando o tema é observação da vida silvestre. Essa característica, no entanto, ainda não é tão explorada quanto poderia. Alguns dos mais importantes nomes da área estarão em Cuiabá, de 4 a 6 de outubro, no 1º Observar MT, discutindo o assunto, bem como a conservação do meio ambiente e os impactos que a atividade pode trazer para os animais e seu habitat.
Entre os objetivos do 1º Observar MT, estão divulgar a riqueza de espécies de aves e de outros animais de Mato Grosso e seus principais hot spots; incentivar o aviturismo, a observação de onças-pintadas, primatas ,peixes, anfíbios,répteis ,borboletas e abelhas nativas no estado; promover a criação de grupos de observadores de aves; e incluir as atividades de observação de vida silvestre em Terras Indígenas e Quilombolas, a fim de fomentar a renda nessas comunidades tradicionais.
A ideia é aproveitar o grande potencial do estado e transformá-lo em um dos principais destinos para esse tipo de turista, com base em experiências exitosas como a do Avistar Brasil o maior encontro de avistadores de aves da América Latina. Frequentador do evento, o Biólogo Dalci Oliveira, um dos organizadores do 1º Observar MT, acredita que Mato Grosso tem vocação para ser outro importante polo de observação da vida silvestre. “Nós temos a terceira maior diversidade de aves do Brasil, então seria interessante fazer esse evento no estado. Nós temos 3 biomas, o Cerrado, Pantanal e Amazônia, então isso atrai naturalmente muitos turistas para cá”, ressalta.
Trata-se de uma atividade que pode ser realizada por um público que vai de 5 ou 6 anos de idade até os 100, a grande maioria de entusiastas , explica o professor Dalci. “Para você ter ideia, a Sociedade Brasileira de Ornitologia tem pouco mais de 300 sócios, ornitólogos, profissionais biólogos que trabalham com isso. Enquanto que, se você abrir o site WikiAves, nós temos 45 mil pessoas que participam. Se a gente comparar com os Estados Unidos, lá são 45 milhões de pessoas que se dedicam a observar a vida selvagem. Então isso é um público que movimenta mais que 3 vezes o PIB do estado de Mato Grosso”, calcula.
A grande vantagem de fazer esse tipo de turismo é que pode ser feito próximo de casa. “Você pode observar aves no quintal da sua própria casa. Nós EUA acontece muito de as pessoas observarem os animais de casa. Só que lá evidentemente é um ambiente totalmente diferente. A diversidade é baixa em comparação a do Brasil. Em Cuiabá, por exemplo, só aqui dentro da área urbana da cidade nós temos mais de 300 espécies de aves. Imagine que você pode sair da sua casa e ir no Parque Mãe Bonifácia, pagar uma passagem de ônibus e passar a observar as aves de lá”, sugere.
Falta, na análise do mestre e doutor em Ecologia, uma divulgação sistemática desse potencial por parte de órgãos governamentais. Trata-se de um turismo acessível a qualquer pessoa e que poderia trazer vários benefícios para Mato Grosso. Além dos mais evidentes, como a geração de emprego e renda advindos da atividade turística,
ele inclui a formação de novos observadores da vida selvagem. “Essas pessoas vão lutar pelo meio ambiente. A ideia é investir nos jovens para que eles possam estar mais sensibilizados para o futuro da humanidade e da questão da conservação de vida silvestre no estado de Mato Grosso”, exemplifica.
Programação variada
O 1º Observar MT terá uma programação bastante variada que inclui a participação de mais de 20 convidados, que farão parte de palestras, mesas redondas e rodas de conversa, oficinas, exposição ao ar livre - no Parque Mãe Bonifácia, em Cuiabá - com a participação de profissionais que são destaque na fotografia de natureza e vida silvestre. Além disso, estão programados também curso e fam tur pós-evento para o Pantanal e/ou Chapada dos Guimarães.