Segunda-feira, 29 de abril de 2024
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Artigos Sonia Mazetto

Você é real?

Na era da informação instantânea e das redes sociais, o desafio de discernir entre a verdade e a falsidade tornou-se mais urgente do que nunca. Vivemos em um mundo saturado de informações, onde a linha entre o real e o fabricado muitas vezes se torna difusa. E, nada melhor do que refletir sobre essa questão no Dia da Mentira, onde se brinca com as possibilidades das “mentirinhas e trotes” criados para enganar os “bobos”. Nesse contexto, cultivar o pensamento crítico tem sido uma habilidade essencial para navegar com segurança pelo mundo.

Um dos primeiros passos para desenvolver o pensamento crítico é questionar a autenticidade tanto de nossas próprias representações quanto das informações que encontramos. Devemos nos perguntar: somos verdadeiros em nossas interações online e offline, ou estamos perpetuando uma persona fabricada para se encaixar em determinados padrões sociais? Da mesma forma, devemos questionar a veracidade das informações que consumimos, especialmente nas redes sociais, onde a disseminação de notícias falsas é desenfreada.

É alarmante perceber como a busca pela autenticidade muitas vezes é substituída pela busca pela aceitação social. Vemos pessoas dispostas a distorcer a verdade ou a criar narrativas fabricadas simplesmente para serem aceitas ou admiradas pelos outros. A obsessão por parecer ser tornou-se uma característica dominante em nossa cultura, levando muitos a perder de vista o valor da verdade.

A trágica história da jovem que aparentava felicidade nas redes sociais antes de cometer suicídio é um lembrete doloroso de como a falsidade pode ter consequências devastadoras. Quantas outras pessoas estão aparentando vidas falsas, sacrificando sua autenticidade em busca de aceitação?

As pessoas se apresentam de maneira seletiva, exibindo apenas os aspectos mais glamorosos de suas vidas, enquanto escondem as dificuldades e os fracassos. É fácil cair na armadilha de acreditar nessas representações idealizadas, especialmente quando são reforçadas por promessas vazias de mudança instantânea e sucesso fácil.

Estamos imersos em um mundo onde a profecia antiga, registrada em Provérbios e Gálatas, se concretiza: “o amor entre os seres humanos está esfriando, dando lugar a uma mentalidade avarenta e presunçosa, onde o foco principal é o próprio prazer, relegando as questões espirituais a segundo plano”. Este é o panorama atual, onde a preocupação genuína com o bem-estar dos outros muitas vezes é substituída pelo egoísmo e pela busca incessante pela gratificação pessoal.

No entanto, devemos lembrar que a verdade não é apenas um conceito abstrato; é uma força vital que molda nossas interações sociais, nossas instituições e até mesmo nossa própria autoimagem. Celebrar a verdade, portanto, deve ser uma prioridade em nossas vidas.

Se todos nós nos comprometermos a ser autênticos apenas por um dia, a falar e agir com integridade, iríamos nos surpreender!!! Talvez um dia quem sabe possamos desmantelar a cultura da desinformação que permeia nossa sociedade. Muitos caem na armadilha das fake news e teorias da conspiração não por malícia, mas por falta de habilidade para analisar e questionar as informações que recebem.

Devemos rejeitar a ideia de que o sofrimento e a falsidade são ferramentas eficazes para obter reconhecimento ou seguidores nas redes sociais. Em vez disso, vamos promover uma cultura da verdade, onde a honestidade e a transparência sejam valorizadas acima de tudo.

A grande verdade é que o poder está em nossas mãos para desafiar a cultura da desinformação e promover uma sociedade fundamentada na verdade e na integridade.

Cultivar o pensamento crítico não é apenas uma habilidade; é um ato de resistência contra a maré de falsidade e engano que ameaça nosso mundo. Que possamos abraçar essa responsabilidade com seriedade e compromisso, guiados pela convicção de que a verdade, por mais difícil que seja, é o único alicerce seguro sobre o qual podemos construir um futuro digno.
 
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